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MÚSICOS QUE ATUAM – e não fazem papelão (parte 1)

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Não é de hoje que no mundo artístico há uma intensa contribuição entre uma arte e outra. Atores cantam e uns se tornam governadores ou presidente da república. E músicos são chamados para contribuir nas artes cênicas.

Com maior ou menor talento pra coisa e com a sorte de contar com uma boa direção, esses músicos levaram personagens memoráveis para as telas.



BJÖRK

Quando se anunciou que Bjork não estava apenas compondo as músicas, mas também faria o papel principal do filme “Dançando no Escuro” de Lars Von Trier, lançado em 2000, muita gente torceu o nariz.

Bjork é uma das figuras mais criativas e estranhas da indústria da música e seu papel como mãe solteira imigrante, trabalhadora braçal e em processo de cegueira é real e cativante. Sua vida pequena e triste mistura-se com seus sonhos em cenas musicais de arrepiar.

Seu trabalho foi recompensado com o prêmio de melhor atriz em Cannes e o filme levou a Palma de Ouro. Merecidamente.

Ela afirmou, tempos depois, que trabalhar com Lars foi uma das experiências mais excruciantes da sua vida. Lars também não guardou memórias muito boas do relacionamento com a cantora islandesa.

 


TOM WAITS

Tom Waits é seguramente um dos grandes mistérios no mundo da música. Suas canções e álbuns sugerem um homem do submundo afundado em uísque e bitucas de cigarro que lhe conferiram a voz rouca e o comportamento errático. Na vida particular, vê-se um homem reservado e altamente criativo.

Mas ele é a figura que aparece na lista de diretores quando precisam de um tipo levemente fora da realidade e com um temperamento levemente agressivo. Ele é creditado em 35 papéis para o cinema e TV. (fonte: IMDB)

Figura fácil em obras de Jim Jarmusch como “Down By Law” e “Sobre Café e Cigarros”, também trabalhou blockbusters como “Drácula de Bram Stocker” na pele do sofrido e mal interpretado Reinfeld que aguarda a volta do mestre. Depois de ouví-lo gritando “Mestre!” agarrado nas grades da sua cela no manicômio, é impossível pensar em outro ator para o papel.

 


MEAT LOAF

O teatral e operático roqueiro de proporções avantajadas nunca teve medo de expor-se nas telas de cinema.

Depois de aparecer nos palcos em alguns musicais, como “Hair”, ele teve seu primeiro grande papel no clássico cult “The Rocky Horror Picture Show”, onde faz uma incrível cena rock’n’roll sobre uma moto antes de ser morto a picaretadas pelo seu criador.

Passou alguns anos erráticos entre o enorme sucesso de sua ópera-rock “Bat Out Of Hell”, um dos discos mais vendidos da história, e uma vida de abusos que acabaram com sua voz.

Reapareceu em grande estilo no fim dos anos 90 com seu inesquecível papel em “O Clube da Luta”, com suas tetas enormes que sufocam o personagem de Edward Norton.

 


ICE CUBE

O rapper norte-americano Ice Cube, considerado um dos músicos e produtores mais influentes da história, tem também uma notável carreira como ator, creditado por mais de 40 filmes.

Como músico, criando no estilo Gangsta Rap, sempre esteve envolvido em controvérsias em relação às suas letras e posturas pessoais – foi chamado de racista, misógino e anti-semita. De certa forma, viu o caldeirão fervendo e previu os tumultos de 1992 em Los Angeles. Mesmo assim, foi abraçado pela indústria e fãs colecionou alguns pares de discos de platina.

No cinema, começou com o forte “Os Donos da Rua” de John Sigleton. O filme disseca as relações, a violência e as faltas de perspectivas num gueto negro de Los Angeles.

Firmou-se também como ator e passou a trabalhar também em blockbusters como “Anaconda”, “Triplo X 2” e “Três Reis”, entre outros.

Aqui uma palhinha de Mr. O’Shea Jackson com George Clooney e Mark Wahlberg em “Três Reis”

 


COURTNEY LOVE

A mal falada viúva do rock, líder de banda e desbocada no último. Quando quer, e com uma boa direção, consegue atuar.

Ela apareceu pela primeira vez nas telas em um papel pequeno na produção “Sid & Nancy” de 1986 e depois também fazendo pontas em outras produções interessantes como “Basquiat”.

Seu grande papel foi no filme “O Povo Contra Larry Flint” de 1996 com direção do diretor tcheco Milos Forman. Ali ela faz Althea, a esposa de Larry Flint, o milionário dono da revista pornô Hustler, encarnando o personagem devasso, drogado e mortalmente doente com uma espantosa desenvoltura.

O personagem lhe rendeu nomeações para o Globo de Ouro e alguns prêmios da crítica americana.

 


CHER

A grande diva dos anos 60 e 70 ao lado do marido Sonny Bono, reinventou-se pelas décadas seguintes, transformando-se em atriz séria e depois novamente voltando à música numa carreira de muitos altos e baixos. Ela é, junto com Barbra Streisand, uma cantora que venceu o Oscar como atriz e que possui uma canção que chegou ao número 1 da Billboard.

No cinema, apareceu pela primeira vez no aclamado “Silkwood”, ao lado de Meryl Streep e já chamou atenção, sendo indicada ao Oscar e ganhando prêmio de melhor atriz coadjuvante no Globo de Ouro. Dois anos mais tarde, em “Marcas do Destino”, como mãe do iniciante Eric Stoltz, ganhou o prêmio de melhor atriz em Cannes.

Mas foi em 1987, em “As Bruxas de Eastwick”, ao lado de um elenco estelar com Jack Nicholson, Susan Sarandon e Michelle Pfeiffer que ela entrou no mainstream, no mundo dos blockbusters. E, no mesmo ano, fez “O Feitiço da Lua”, filme que lhe rendeu o Oscar de atriz e marcou sua imagem para sempre no cinema.

E, sempre mostrando que não consegue parar, em 2010 fez “Burlesque”, ao lado e Christina Aguilera.

O que mais Cher estará aprontando para os próximos anos?

 


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